Manifesto artístico: Movimento Bagrista-Baiano Sinantrópico

Anti-capitalista

Anti-coronelista

Anti-facista


Salve cabeça de bagre!

Salve as baronesas!

Salve o Rio Cachoeira!

 

Bagre na margem, bagre à margem

Bagre no asfalto, bagre no rio

Bagre no beira, à beira do abismo


Bagre é pop, bagre é tech, bagre é tudo,  

Bagre é fome


Penso, logo bagre

Cérebro pequeno, cabeça grande

Penso bagre, logo existo

Resisto

 

Nem homem, nem mulher

Sou bagre,

sou o que quiser

 

Filho da disssgraça

Nascido do lixo e da revolta

Do esgoto ao zap

Da lama ao caos

Bagril dobrado 

 

Oxe, lá ele

Cuscuz massa antes do serviço

Cabeção na condução

Bate o ponto na contra mão

 

Come cacau até passar mal

Dendê, acarajé, rabada e caruru

Pirão, mocotó, farofa de ovo, sarapatel

A cabeça está servida

Marmitex canibalista


Anti-patriarcal

Anti-racista

Anti-hipocrisia


Boca de zero nove              

Ser bagre: boca de si-fu-dê

São Bagre, rogai por nós

 

Oxe, olha lá o cabeção

Tem bagre nas escolas

Tem bagre na favela

Camelô sonhador

 

Bagre é terceirizado

Morador de rua

Sub_utilizado

Morto na fila do SUS

80 tiros civilizados

 

Esgoto, agrotóxico,

Metamorfose

Humano

Animal

 

Bagre-se!

Somos todos bagre







Texto: Caio Aguiar, Emerson Fernandes, Gilvia Queiroz, Marconi Sales, Roberta Letícia e Thaís Calderone.

Arte visual dos lambes: Caio Aguiar.

Docente: Alessandra Simões.




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